IdentiFI <> Danylo Martins @ Finsiders
Fundador e editor-chefe do Finsiders. "Além da reportagem, trazemos dados que vão ajudar as pessoas a tomarem decisões no ecossistema brasileiro de fintechs".
Quem é o empreendedor?
Danylo Martins é atualmente fundador e editor-chefe do Finsiders. O portal sobre o ecossistema brasileiro de fintechs recebe aproximadamente 30 mil visualizações por mês e possui mais de 5,5 mil seguidores em suas principais redes. Destinado a investidores e empreendedores, traz informações em primeira mão, dados, análises e tendências.
Formado em jornalismo pela Cásper Líbero, com passagem em grandes veículos de comunicação como Valor Econômico, Folha de S. Paulo e Você S/A, começou sua carreira aos 21 anos como freelancer de investimentos no Valor Econômico e, em menos de 6 meses, já colecionava mais de 60 reportagens sobre finanças e gestores de fortunas - destacando o que os grandes bancos pensavam e faziam.
Em 2015, era uma das pessoas à frente do site do Valor como redator, quando o ambiente de notícias estava extremamente aquecido. “Pro jornalista esses momentos são muito legais porque você está ali de frente do fato”. Está há sete anos na jornada como jornalista independente, perseguindo sua vontade de ter mais liberdade. Em meio a um cenário de ascensão das fintechs, em 2020 o Finsiders foi criado.
Destacando o lado humano:
Sem dúvida, há uma magia por trás dos empreendedores de sucesso; é como se eles fossem sobre-humanos e tendemos a esquecer que, embora muito talentosos e apaixonados, em sua essência eles são indivíduos (e humanos) como qualquer outra pessoa. A seguir, destacamos as principais conclusões sobre as crenças, valores e comportamentos empreendedores do Danylo, a pessoa.
💡 Inovador - "O primeiro passo foi identificar um nicho que está em crescimento, no meu caso o setor de fintechs, que concentra os maiores aportes e recebe grandes rodadas de investimento.. O segundo foi escolher a plataforma, que foi um misto de sorte com pesquisa. Já acompanhava algumas newsletters como a do Gustavo Brigatto (CODEX) e outras de tech, todas no Substack. Não sou bom em tecnologia e resolvi fazer meu MVP ali sem recursos. Selecionei 15 pessoas do ecossistema, desde fundadores de fintech, sócios, VCs e fiz uma pesquisa com cinco perguntas no Survey Monkey se topariam ler conteúdo em newsletter sobre fintech. Lancei a Newsletter e desde o começo percebi que a junção dos meus recursos escassos com os limites da plataforma não seriam o ideal. Com o crescimento do Finsiders, decidi migrar para um outro formato. Hoje parece estar tudo organizado e acredito que está tudo indo bem, mas na época foi muita coisa na base do teste. A inovação veio muito de identificar o mercado e perceber que tipo de plataforma usar em cada momento."
⛲️ Inspiração - "Meu avô sempre foi uma inspiração para mim, ele faleceu há 2 anos, mas sempre me ensinou a ter garra, fazer acontecer. E pensando na área de jornalismo tem vários do Valor Econômico, com quem eu trabalhei direta ou indiretamente. Eu destacaria uma que foi diretora do site do Valor, a Raquel Balarin, uma jornalista muito experiente na área de finanças, e hoje ela está numa fintech como diretora de comunicação. Ela sempre deu muitas informações antecipadas, muitos furos, sempre foi, e é, uma inspiração, me levou 2 ou 3 vezes ao Valor Econômico, tentou fazer com que eu ficasse lá, mas eu acabei saindo porque gosto de ficar mudando de lugar. E hoje, do ponto de vista de jornalismo especializado eu destacaria dois veículos muito bons - e você tem que ficar ligado porque são inspirações e concorrência - o Brazil Journal e o NeoFeed, são canais muito qualificados, fazem um jornalismo bom e de qualidade."
⭐ ️Secret sauce - "Ajudar a formar a opinião, sem ser a opinião. Ter uma preocupação com o viés da informação qualificada, sem a interferência no conteúdo. Você pode até ter a opinião mas não é o veículo que define a opinião. Fazer diferente para ficar relevante pois não dá mais para fazer o mesmo jornalismo, esperar o dia seguinte para publicar a notícia. Não existe mais isso, a notícia já saiu, já tá no Twitter, WhatsApp, Instagram. O highlight já está ali. A questão é entender o que fazer com a informação, e é isso que nos diferencia, ir além da notícia."
👀 Maior medo - "O primeiro desafio é fazer a transição entre jornalista/repórter para empreendedor. Hoje eu faço a reportagem mas também branded content, reunião com cliente, monto mídia kit... Sair do lugar comum, da zona de conforto, e descobrir outras coisas, é uma oportunidade, e um desafio tremendo. Sempre tive medo de encarar novos desafios, era mais medroso, então eu to me desafiando todos os dias, vendo como eu lido com essas novas funções. Pra isso eu acho que a meditação ajuda muito, respirar e ir com medo mesmo, é normal, todos passam por isso, nós somos humanos. Também tem o grande desafio de ser relevante, porque hoje o que mais tem é informação, então como você vai capturar a atenção do leitor? Não existe uma fórmula mágica, eu estou tentando aprender a fazer, mas acho que ninguém sabe, é um desafio todo dias. Criar um título atraente, uma sacada legal, sem cair na armadilha de ser sensacionalista, você tem o desafio de captar a audiência que de fato vai ler, ter leitores recorrentes."
🎨 Criativo - "Eu acho que a criatividade vem de sentir o momento. É enxergar momentos de crescimento e saber fazer muito com pouco. O Finsiders começou como uma pequena newsletter, mas fazia exatamente o que prometia, uma curadoria confiável. Hoje, eu já consigo publicar matérias que ninguém publicou, e pude crescer de acordo com o público, criando um portal, e começando um planejamento de expansão maior. Também tem a parte de entender e saber o que o seu público quer ler. A gente vê que algumas empresas dão maior visibilidade que outras, então precisamos olhar e seguir nosso feeling, para publicar conteúdos que sejam de interesse dos leitores. E, criatividade não é só dar a notícia, você tem que sair da caixa, dar algo que ninguém deu, pensar em coisas que ninguém pensou - você faz isso pesquisando, fuçando nos bastidores, perguntando pra fonte, pra ver o que você encontra que pode virar notícia. Não existe uma fórmula para a criatividade, eu acho que é você identificar as notícias e fuçar."
🧬 DNA - "Persistência e curiosidade. É meio clichê, mas você tem que ir atrás para buscar informação e nunca pode estar satisfeito. O Finsiders tenta entender o motivo de estarem acontecendo esses movimentos de compra e venda, não é só por dinheiro, explicamos o que aconteceu. O leitor não quer só a notícia, tem que ter a sacada, não pode ser um conteúdo chato de ler, tem que ter a informação, mas ir além, encontrar o impacto. Isso você só faz sendo curioso, jornalista tem que ser cara de pau e sair perguntando."
🔮 Visionário - "Eu acho que a grande imprensa ainda vai ter espaço, no sentido de informar a população como um todo, de conscientização, por exemplo o que estamos vendo com o Covid-19. Mas existe um movimento, que começou há alguns anos, de descentralizar a grande imprensa com o surgimento de mídias especializadas. Esse movimento que começou com startups e inovação, agora está se afunilando cada vez mais, ficando mais específico e trazendo informação especializada, qualificada, com detalhes, exclusividade. É preciso apresentar notícias que ninguém deu ainda, mas também as que todos já sabem, mas com outros detalhes, dados, informações. No jornalismo especializado, você tem que levar dados que realmente ajudem as pessoas a tomarem decisões, você aponta caminhos - diferente da grande imprensa, que tem o papel de informar. Esse movimento ainda é embrionário no Brasil, mas tem espaço pois a gente acaba importando muita experiência internacional bem sucedida, como The Athletic. Mas temos que nos adaptar à nossa realidade."
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