IdentiFI <> Bianca Neves @ Gerdau Next
Diretora de Venture Factory na Gerdau Next. "Meu papel na Next é gerar novos negócios relevantes que tenham os 3 S – Scalable, Sizable e Synergic".
Quem é a empreendedora?
Carioca, Bianca é expert em desenvolvimento de novos negócios, formada em administração, morou 2 anos em Santa Bárbara, Califórnia, onde cursou parte da faculdade. Na Califórnia trabalhou em uma incubadora de negócios, sem fins lucrativos, buscando empreendedores na região. Assim, ainda garota teve contato com inovação.
Seu primeiro emprego foi trainee do Citibank, trabalhou em consumer banking, sempre à frente do desenvolvimento de novos produtos e parcerias estratégicas. Aos 32 anos já liderava um time com 50 pessoas em um dos maiores bancos no Brasil, o Itaú. Foi diretora da Amazon onde apoiou o crescimento da empresa no país. Possui um currículo não convencional de dez anos em banco, mais dez anos de varejo / indústria, "uma loucura que deu certo". Hoje é diretora de Venture Factory na Gerdau Next.
Destacando o lado humano:
Sem dúvida, há uma magia por trás dos empreendedores de sucesso; é como se eles fossem sobre-humanos e tendemos a esquecer que, embora muito talentosos e apaixonados, em sua essência são indivíduos como qualquer outra pessoa. A seguir, destacamos as principais conclusões sobre as crenças, valores e comportamentos empreendedores da Bianca, a pessoa.
🧬 Construindo - “Meu papel na Next é gerar novos negócios relevantes que tenham os 3 S – Scalable, Sizable e Synergic. Apostamos muito na inovação aberta. Nossa venture factory tem como base fazer conexões com startups e empreendedores para contribuir com o desenvolvimento de novos negócios. Meu objetivo é desenvolver novas empresas e acelerá-las a virarem negócios relevantes (scale up). No meio do caminho, sempre vamos nos esbarrar na decisão de shutdown or exit, o que faz parte dessa jornada, o famoso “vale da morte” que todas as startups passam.”
💡 Inovadora - “O mindset de uma empresa inovadora começa quando a empresa quer fazer mais e melhor. Quando a empresa é humilde em querer aprender e desaprender, tem escuta ativa, reconhece seus gaps, tem o olhar genuíno para seu cliente. Quando a empresa assume que não está satisfeita – e abre a agenda do dia a dia para push to become better - várias ideias aparecem. Empresas que querem inovar precisam entender que a principal parte da inovação esta na implementação, na execução, na real transformação em algo que agregue valor.”
⭐ ️ Apaixonada - “Sou uma pessoa que pensa muito grande, que busca o novo, que ama a disrupção. O que me move é ser um elo estratégico nas organizações para engajar e promover transformação. Hoje estou no ecossistema da indústria de aço que me desafia a pensar grande em um amplo ecossistema de oportunidades. Temos sustentabilidade como driver em todas as nossas verticais estratégicas. Estamos inovando em construção, em reciclagem /economia circular, logística, energia renovável, novos materiais e indústria 4.0. Como podemos transformar grandes empresas em protagonistas de inovação? Esse match entre a Bianca que quer transformar e o ecossistema que quer evoluir, é um perfect match. Desperta o melhor de mim."
🔮 Visionária - “O presidente da Raizen no Brasil (JV Shell e Cosan) criou uma estrutura de meios de pagamento / serviços financeiros e me convidou para liderar essa empreitada. Havia 20 milhões de consumidores passando nos postos Shell todo mês, porém sem canal digital de conexão com a marca, sem conhecimento de quem eram esses clientes e o que eles compravam e precisavam. O modelo de negócio era focado no B2B, ou seja - o revendedor (dono do posto) com a empresa. Quando percebi essa oportunidade, propus para liderança desenvolvermos nossa própria plataforma digital com o nosso meio de pagamento. E por mais distante do core que parecesse, a empresa abraçou a ideia. This is where the magic happens. Desenvolvemos do zero o aplicativo Shell Box, que hoje é uma plataforma extremamente estratégica para marketing e vendas e presente em mais de 4.000 postos no Brasil.”
🎨 Criativa - “Criatividade para mim é como se fosse uma plantinha em um vaso, que precisa ser regada constantemente. Seu dia a dia não pode ser robótico, entrando e saindo de reuniões, com tudo discutido e nada resolvido. Você precisa chamar a criatividade. Precisa estimular e criar o espaço para que a criatividade aconteça. Há momentos em que bloqueio a agenda, pego um papel em branco e começo a refletir: qual problema quero resolver hoje? Acredito muito que a máxima da criatividade é quando temos uma somatória de talentos, com diversidade, como um quebra cabeça que vai se montando com múltiplas visões e ideias conectadas. Nosso time na Gerdau Next acabou de aprovar duas new ventures, que partiram de processos de criatividade/brainstorm em grupos multifuncionais olhando muito para fricção no ecossistema e tendências.”
👀 Maior medo - “Stick to the purpose, repito isso sempre para mim, e todo time envolvido nos projetos. Estamos desenvolvendo novos negócios que vão além de resultados financeiros. Queremos criar impacto positivo na vida de pessoas, ambiente e sociedade. Nossos negócios se moldam com olhar de sustentabilidade e temos o cliente (seja ele o Core, B2B ou B2C) em primeiro lugar. O propósito é resolver dores, criar novas soluções, estimular o desenvolvimento, democratizar, especializar, transformar. O propósito precisa ser a prioridade máxima. Tenho medo de tomar decisões que invertam os valores; que olhem mais para o potencial resultado financeiro do que realmente para a essência. O novo negócio precisa saber bem por que ele deve existir ou existe.”
⛲️ Inspiração - “A maior inspiração da minha vida foi uma grande mulher chamada Donna Simons. Ela fundou uma incubadora sem fins lucrativos, a Incubators 2000, para explorar oportunidades de inovação na Califórnia, com sede em Santa Bárbara. Naquela época eu tinha 20 anos de idade e ela estava perto dos 80 anos ainda com muita energia para transformar e deixar um legado! Eu estudava na UCSB e estagiei com ela. A gente fazia cartazes: "Tem uma ideia? Vem falar com a gente!”, “Vamos ajudá-lo a arrecadar fundos”, “Vamos ouvir você”, “Boas ideias devem ser implementadas”! Donna trouxe a visão de que it doesn't matter who; a inovação é uma questão de mentalidade e não de idade. Ela plantou em mim a semente da inovação que carrego na minha vida.”
🤹🏼 Resolução de problemas - “O mindset é simples: fall in love with the problem! Observe a experiência dos seus clientes ou targets, perceba os pontos de atrito, identifique os principais gaps. Entenda de onde veio o problema, por que é um problema, se é um problema para maioria. Vá colecionando certezas de que esse problema não é uma suposição. A constante busca por aprimoramento, onde não existe o medo de problemas, e sim paixão por eles, é fundamental no processo de inovação”
🗝 A fórmula secreta - “São três ingredientes: 1. Cultura - uma cultura bem fomentada para apoiar e sustentar a inovação. A empresa estar junto para compartilhar risco, erros e aprendizados. 2. Talento - só é possível fazer isso com pessoas talentosas em um time colaborativo. E não falo só de talento interno, externo também, queremos fazer parcerias com empresas, empreendedores, consultorias que agregam e se diferenciam; juntar os talentos externos e os internos tem um grande potencial. 3. Metodologia - inovação é sexy – facilmente pode se perder o foco ou não ter foco, então a empresa precisa ter um toolkit, onde ela sabe suas premissas de inovação, tem uma estratégia de atuação clara, utiliza ferramentas ágeis e processos dinâmicos. Saber errar rápido e logo corrigir a rota. Com uma metodologia implementada se reduz bastante os riscos de ser seduzido pela inovação.”
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